sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A menina que não sabia sobre o que escrever



link da foto

Ela escrevia bem. Seus dedos tilintavam no teclado com a desenvoltura de uma bailarina. As palavras dentro dela fluíam naturalmente, sabia onde colocá-las para lhes dar beleza e significado. Mas não sabia sobre o que escrever. 

Queria ser escritora, sempre quisera. Preferia os livros realistas, sem muita fantasia, mas conhecia pouco da realidade. Era jovem demais para escolher um assunto e pesquisá-lo até o fundo, não tinha recursos ou liberdade para tal. E sua própria existência era por demasiado desinteressante. Sua vida, perfeita demais. Tinha pais maravilhosos, uma casa linda, comida na mesa todos os dias, amigos incríveis e um quase-namorado igualmente extraordinário.


Apesar disso, em sua ânsia por escrever, desejava secretamente que uma tragédia acontecesse em sua vida. Sentia vergonha disso, sentia medo. Mas não conseguia parar de desejá-lo. A miséria, a doença e a maldade geram no ser humano uma crise existencial que ela desejava para si. Queria produzir arte através do mal. Mas não havia mal em sua vida.  


Restava-lhe então escrever sobre os próprios sentimentos, pensamentos e demônios, quando eles não fossem confusos demais. 


Criou então um blog. 

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

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Eu não creio que tanto tempo se passou e eu não criei nada desde o último texto.

É isso que tá acontecendo, algo dentro de mim se apagou. Minha fome pela arte sumiu, minha criatividade diminuiu em níveis catastróficos, e eu perdi todo o rumo na questão de espiritualidade.

Em outro aspecto, comecei a sair todo fim de semana, e beijei três vezes mais bocas esse ano do que em todos os outros da minha vida juntos (isso não quer dizer que sejam muitas, não são). 

Tem alguma coisa mais deprimente que isso?

Desde que me entreguei pra você, caro moço que pode estar lendo isso, eu só penso em amar amar e amar e você não ta aqui pra poder ser amado e me amar de volta. Então eu vago, procuro por aí amor e a simplicidade que sempre foi e sempre vai ser com você. 

Não tenho tido muito sucesso. 

As pessoas ao me redor não entendem. Elas são superficiais ou não compatíveis. 

Queria muito que pudesse ser de outro jeito. Mas enquanto não dá, meu amor, vou reaprender a ser feliz e maravilhosa sozinha. 
E quero que você seja muito muito muito muito muito feliz também. Mesmo com outra. 

Você é um raio de luz na minha vida e eu só quero que você fique aí, brilhando. Se ela mantém sua luz acesa, ta tudo certo.

Se ler isso algum dia, vai saber que é pra você. A pergunta que fica no ar é: você vai me procurar? Vamos falar sobre isso? 

Mal posso esperar pra descobrir. 

E se não descobrir, tudo bem também. 

Amo você. De verdade. 
Você sabe disso. 

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Estar submersa

Foto: Ibai Acevedo

Sabe quando você ta na aula de natação e a piscina ta cheia e enquanto sua cabeça fica pra fora da água você escuta o som de todas aquelas pessoas falando, batendo o pé e rindo? E sabe quando você mergulha e de repente todos aqueles sons ficam abafados e tudo que você sente é a água contra a sua pele e seus músculos se mexendo? Sabe aquela sensação de de repente estar em outra dimensão e não fazer parte de mais nada? De estar em contato apenas consigo mesmo(a)? Eu queria aquilo. Queria aquilo fora da piscina, no dia a dia. 

Fico tão cansada com o drama adolescente da minha vida. Acho tudo tão irritante. Queria não estar interessada em menino algum, queria que nenhum menino estivesse interessado em mim, queria não ficar decepcionada comigo mesma por não fazer o que tenho que fazer, queria não ter tantos prazos, queria apenas existir. 


Eu sou muito reclamona. Quando me sinto frustrada eu sempre digo "af, queria deitar no chão e dormir pra sempre", mas acho que minha analogia da piscina é melhor. Talvez agora eu diga "queria estar submersa"... Pensando bem, melhor não, rsrs. Ninguém vai entender. 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Fruta Silvestre

"As frutas silvestres são aquelas que nascem em qualquer lugar, sem a ajuda do homem. Entretanto, só crescem em locais que tenham o solo e o clima favoráveis à sua espécie. Caso contrário, é preciso usar técnicas especializadas para cultivá-las. Há vários tipos de frutas silvestres, desde as que servem como ornamentos até as comestíveis e as venenosas. Portanto, é preciso saber quais são elas para não correr o risco de ser envenenado."

Tudo não passa de uma analogia. As frutas silvestres são os assuntos sobre os quais escreverei. Não tenho roteiro a seguir, os assuntos surgirão: independentes, com vida própria. Se desenvolverão se for dia de se desenvolver, caso contrário, serão apenas cultivados com suor se assim eu desejar. Poderão ser doces ou venenosos. 

Nos dias bons, escreverei sobre amor. Nos dias ruins, escreverei sobre assuntos polêmicos. Nos dias ruins, escreverei sobre amor. Nos dias bons, escreverei sobre assuntos polêmicos. 

Escreverei por escrever, porque me faz bem. Publicarei porque quero conhecê-lo e saber o que acha de mim e de minha jornada. Quero trocar experiências e opiniões. Quero um ouvinte e um contador de histórias. 

Seja bem vindo ao Fruta Silvestre =]


Alice.